Óleo: cuidado com as frituras e a poluição do ambiente (adaptado)
Todos nós gostamos das batatas fritas. Embora para cozinhá-las seja necessário muito óleo. Você sabia que um litro de óleo de cozinha polui centos de litros de água se ele fosse jogado pelo ralo da pia? Você sabia que também não é uma solução jogá-lo no lixo? Um especialista explica o por que e garante que se estão depurando sistema para tornar o óleo usado em biodiesel.
Batatas fritas: uma das maiores iguarias com as que as mães- ou restaurantes de comidas rápidas- enchem o papo das crianças. Para fazer batatas fritas é imprescindível uma boa quantidade de óleo. Em todos os restaurantes do mundo, grandes ou pequenos, necessitam também essa substância. Pode ser imaginado um cardápio sem o uso de nenhum óleo?
Não, e isso é parte do problema. O óleo de cozinha é um dos grandes- e graves fatores da poluição da água. E como é tão usado na pequena ou gigante cozinha do mundo, a atenção a esse problema torna-se relevante, especialmente se levarmos em conta que o consumo mundial de óleos vegetais em 2008 ultrapassou os 120 milhões de toneladas, com o óleo de palma e soja no topo.
Aqui e agora o que nos interessa é a mistura de meio ambiente, arte culinária e logística de lixos. Uma mistura bastante peculiar, desafiante e pouco conhecida.
Perigo: óleo correndo solto pelas ruas
As donas de casa mais rudimentares e os cozinheiros mais prestigiosos concordam em algo: a maioria deles sabe que jogar o óleo na pia da cozinha não é “politicamente correto”, embora muitas vezes não sabem o por que.
“O óleo jogado na água polui a água e a fauna, porque fica flutuando na superfície e não permite a oxigenação, nem que entre luz”, explica a Opinião Sul Jovem o engenheiro Nicolás Apro, diretor da divisão Cereais e Oleaginosas do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (INTI). Ao ficar a luz tapada afeta a biodiversidade nos ecossistemas de rios e lagoas.
Apesar de algumas opiniões mais alarmistas que se podem encontrar na web, onde se denuncia que um litro de oleo pode poluir um milhão de litros de água [1], Apro diz que “um litro de óleo polui centos de litros de água” pelo menos. Os óleos usados pelas industrias e em grande escala pelos restaurantes e bares geralmente são jogados num recipiente e são entregues a uma empresa fornecedora, onde se supõe que o reciclam num novo óleo para uso não humano. Nos casos de uso domiciliar, o líquido geralmente termina nos esgotos da casa ou apartamento, o que significa que vai poluir rios e lagoas onde desemboque. “Isso termina estragando os encanamentos e algumas pessoas o jogam ao vaso sanitário, o que além disso representa uma interferência grave no processo de purificação posterior da água”, fala.
Em alguns casos, tanto em domicílios particulares como restaurantes, os consumidores acham que a solução é jogar o óleo em recipientes fechados dentro ou fora da lixeira, e depois se desfazer deles. “Depois, quando o recipiente se aperta no caminhão do lixo gera um desastre. E outra solução seria incinerá-lo, o que representa um passivo ambiental grande por seu grande custo”, adverte Apro.
Então a gente não pode fazer nada? Na realidade não. O ideal seria entrar em contato com alguma empresa de reciclagem.
Diante deste panorama o Instituto Nacional de Tecnologia Industrial laçou um programa que procura gerar consciência na população e ao mesmo tempo aliviar a poluição que provoca esse costume ruim.
O projeto consiste em organizar uma rede com hotéis e restaurantes para que armazenem o óleo que se quer jogar. Desse local seria apanhado por uma empresa que o reciclará para um futuro uso não humano.
Um dos destinos mais interessantes desse reciclagem é a transformação a biodiesel: obter desse óleo vegetal usado um combustível que substitua a outras gasolinas baseadas em petróleo. O Instituto está trabalhando para isso com a empresa Epor, que por enquanto é a única que tem uma fábrica aprovada e certificada para fazer biodiesel a partir desse material. “É muito importante porque existe um mercado ilegal de companhias que coletam o óleo e não o usam senão que o jogam em qualquer lugar, porque é melhor negócio”, diz Apro. (...)
No que se refere aos lares, o Instituto de Tecnologia Industrial está procurando trabalhar com os vizinhos, para que em lugar de jogar o óleo na pia da cozinha, complicando o efluente e o futuro tratamento dessa água, o óleo possa ser armazenado no bairro. “A ideia é que a criança leve o recipiente com óleo à escola e que nela se reúna em quantidade. Desse jeito se incentiva também o cuidado do meio ambiente entre os jovens”, diz Apro. A escola chamaria ao recolhedor que lhe pagará pelo material. (...)
A vantagem do reciclado em biodisel é dobro: além de evitar a poluição da água, se produz biocombustivel, que como já falamos antes não emite gases de efeito estufa na combustão, a diferença dos mais danosos combustíveis fósseis (petróleo, gás, carvão).
Perigo: cozinheiros
Um agente chave neste processo, pelo manejo de cifras enormes de óleo de cozinha, é o cozinheiro. Imaginemos se todos os chefes das cozinhas do mundo estivessem coordenados de forma tal de contribuir a uma rede de reciclagem de óleo em biodiesel. Seria outro cantar ( e outra poluição) .Opinião Sul Jovem foi consultar a um representante do grêmio: a chef Belen Guglielmo. Ela tem 27 anos e trabalhou num restaurante de um hotel de primeiro nível e atualmente oferece seus serviços para duas empresas de catering.
Belén fala que o óleo que se usa nas cozinhas normalmente é jogado em vidros ou sacolas cheias de papéis para que o óleo seja absorvido, o que definitivamente não termina num processo de reciclagem. Como boa representante da Geração X, Belén diz ser ciente da poluição que produz o óleo na água, embora não sabe “exatamente como”. Conta que é ela a que na maioria das vezes insiste em ter cuidado com esses temas nas cozinhas nas que trabalha. “Há alguns chef que não se importam nada com o assunto e normalmente não é um tema que se comente no grêmio”, relata.
Enquanto se fala sobre a possibilidade de reciclagem do óleo para evitar afetar ao meio ambiente, nossa chef entrevistada mostra-se predisposta. “Obviamente se eu o pudesse fazer o faria, principalmente, sabendo que isso cuida o meio, porque me preocupa muito o mundo que vou deixar a meus filhos. Mas somente percebo a consciência nesse tipo de coisas quando há chefs mais preparados. Acho que o descuido que existe é por desconhecimento, seria necessária mais informação sobre o assunto ”, ...

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